(Imagem: Sam Jayne | Axios)As companhias brasileiras estão pisando no acelerador para pagar dividendos antes que você se vista de branco e estoure o espumante. Não por generosidade, mas por estratégia...
Por Redação

(Imagem: Sam Jayne | Axios)
As companhias brasileiras estão pisando no acelerador para pagar dividendos antes que você se vista de branco e estoure o espumante. Não por generosidade, mas por estratégia.
Com a nova lei de tributação aprovada pelo Congresso e sancionada pelo Lula ontem, dividendos passam a ter alíquota de 10% a partir de janeiro de 2026 — após quase três décadas isentos.
Com isso, pelo menos 6 companhias já aprovaram pagamentos antecipados. Muitas outras devem seguir o mesmo caminho.
A lógica é aproveitar a brecha que permite que dividendos aprovados até 31 de dezembro de 2025 sigam livres de taxas — mesmo se forem pagos em 2026, 2027 ou 2028.
Empresas com caixa robusto correm para liberar seus saldos de lucro acumulados — estimados em US$ 45 bilhões (cerca de R$ 240 bi).
Já companhias que não têm dinheiro disponível estão recorrendo a caminhos menos óbvios: empréstimos bancários e até emissão de ações só para garantir a antecipação dos dividendos.
Mas essa corrida tem efeitos colaterais... O Itaú prevê que toda essa antecipação pode gerar saída de até US$ 35 bi do Brasil — bem mais que a média anual de US$ 15 bi —, já que boa parte desses dividendos vai para investidores estrangeiros.
Pense que isso é dinheiro que poderia ser reinvestido na operação das empresas em vez de já ser tirado como lucro. Fora isso, o movimento de saída de capital em massa pode pressionar o câmbio, valorizando o dólar frente ao real.
Com isso, pelo menos 6 companhias já aprovaram pagamentos antecipados. Muitas outras devem seguir o mesmo caminho.
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